“Aqui em Évora temos 2
fábricas: uma de metálicos e outra de materiais compósitos e a nossa
vocação é fornecer partes e peças para a casa mãe no Brasil. Évora é o
primeiro sítio fora do Brasil que vai fornecer segmentos para as linhas
de montagem final no Brasil, por isso a importância de Évora funcionar
como um centro de excelência, atendendo ao custo, à qualidade e aos
prazos. A escolha de Portugal ou a
escolha do Alentejo advém da nossa estratégia de internacionalização que
fez com que pesquisássemos vários países e cidades. Évora foi a cidade
que mais nos proporcionou uma logística adequada, um nível de mão de
obra adequado, alavancados por uma grande vocação e um grande ambiente,
proporcionador de uma vontade política para a nossa instalação.
Aconteceram muito boas vontades. Para
além da língua comum que facilita a interação, um dos outros motivos de
escolha foi a localização de Évora que facilita o escoamento de cargas
tanto pelo porto de Sines, como por Setúbal ou até Lisboa. As
autoestradas são excelentes. Então não existe nada que interrompa o
fluxo que nós precisamos para enviar as peças daqui para o Brasil. Um
facto que nos orgulha muito é o de Évora hoje já ser citada e
reconhecida por ter a capacidade tecnológica de fabricar partes e peças
aeronáuticas. Agora é preciso fomentar o cluster aeronáutico. É
muito importante nós termos uma base e uma rede de fornecimento para
peças que não estão na nossa vocação. Estes 2 sítios têm a mais alta
tecnologia e estão voltados para fazer peças complexas. As peças mais
simples nós iremos buscar ao mercado. E as empresas que se vierem
instalar aqui têm que ter a consciência de que tanto podem ser
fornecedoras da EMBRAER como de qualquer outro player do mercado. Eu
colocaria aqui no Alentejo como um fator de diferenciação muito forte, a
questão do acesso e da logística e falo de logística de e para os
produtos. O acesso à mão de obra que
já hoje existe e que seria muito importante que outros investidores
viessem e aproveitassem este bom momento que o Alentejo está a viver.
Aproveitando essa aprendizagem que já existiu. Qualquer segmento de
mercado que esteja interessado em vir para o Alentejo, tem neste momento
uma infraestrutura e um ambiente em crescimento para o receber.
Esperamos que novos empreendedores se animem e se aproximem de Évora e
do Alentejo para que este cluster da aeronáutica se torne uma
realidade."
Paulo Marchioto - Administrador EMBRAER Portugal