A região do Alentejo corresponde a uma economia de pequena dimensão no contexto nacional, acolhendo atualmente cerca de 500 mil habitantes e gerando um Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente 7,6 mil milhões de euros. Estes valores de referência representam, em ambos casos, perto de 5% do total nacional.
O PIB per capita regional estimado para o ano de 2010 ascendeu a 76% da média registada para o conjunto dos 27 Estados-Membros da União Europeia (+ 3,3 p.p. face a 1995), seguindo uma trajetória de convergência alinhada com o desempenho global do país (Gráfico 1). O valor absoluto assumido pelo PIB per capita no Alentejo foi de 15.248 euros/habitante em 2010, traduzindo um acréscimo real médio de 1,4% ao ano desde 1995 (equivalente ao registado a nível nacional).
Gráfico 1 - Evolução Relativa do Produto Interno Bruto per capita da Região do Alentejo (1995/2010)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística
Esta trajetória de convergência deve ser contextualizada pela evolução estrutural registada por um conjunto mais vasto de variáveis-chave da economia regional (Gráfico 2). Neste âmbito, interessa destacar que o aumento real do PIB per capita regional (+23%) foi suportado por dinâmicas divergentes ao nível do crescimento do produto e da população residente (+16% e -6%, respetivamente).
Por outro lado, a evolução do emprego na região acompanhou quase linearmente o ritmo de crescimento do produto sem influir negativamente na produtividade do fator trabalho; mesmo num quadro de variação pouco expressiva desta última variável, é relevante frisar a manutenção de níveis superiores em 9 p.p. relativamente à média nacional.
Gráfico 2 - Evolução das Variáveis-Chave da Economia da Região Alentejo (1995/2010)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística
Dada a sua relevância para o desenvolvimento regional, importa destacar que a criação de emprego corresponde a uma dimensão absolutamente decisiva para contrariar o processo de despovoamento que afeta a região desde há várias décadas. Nesta matéria, deve ser referido que o dinamismo registado ao nível do emprego gerado pela economia regional (superior em 5 p.p. relativamente à média nacional) terá sido fundamental para minimizar a intensidade daquele processo, permitindo assim acomodar um aumento expressivo (+7 p.p.) do grau de utilização dos recursos humanos da região (aferido pelo rácio entre população empregada e população total).
Do ponto de vista do grau de abertura da economia regional, verifica-se que a proporção dos fluxos de comércio internacional representava cerca de 32% do PIB em 2010 (contra apenas 17% em 1998), valor que se apresentava substancialmente abaixo dos 54% observados para o total da economia nacional (Gráfico 3).
Gráfico 3 – Grau de Abertura da Economia da
Região do Alentejo (1998/2010)

Fonte: Instituto Nacional de Estatística
Ainda assim, deve destacar-se que uma das marcas mais relevantes na evolução estrutural da economia regional no período 1998-2010 residiu no forte crescimento registado pelas exportações, o qual ascendeu a 23% (contra um aumento do PIB de 8%) e revelou um desempenho superior ao registado para o conjunto do país (+10%). Esta dinâmica permitiu equiparar a intensidade exportadora da economia regional à média nacional, sendo o diferencial do seu grau de abertura face ao exterior exclusivamente explicado por uma menor intensidade em matéria de importações.
No plano do acolhimento empresarial, por seu turno, interessa referir a aposta que vem sendo realizada – sobretudo (mas não exclusivamente) por parte dos Municípios - ao nível da criação e qualificação de infraestruturas vocacionadas para a instalação de iniciativas empresariais no território regional. Esta aposta tem-se assumido como uma das dimensões mais visíveis do esforço coletivo de consolidação de uma envolvente empresarial atrativa na região, constituindo uma base fundamental para a captação/ fixação de investimentos e, consequentemente, para a materialização de novas dinâmicas de crescimento económico e geração de emprego.
A região dispõe atualmente de uma oferta composta por 101 infraestruturas de acolhimento empresarial, das quais cerca de metade (52) com perspetivas de expansão a concretizar num horizonte temporal de curto-médio prazo (Figura 5). Complementarmente, encontra-se ainda prevista a disponibilização de 19 novas infraestruturas nesse mesmo horizonte temporal, ampliando assim o stock regional em 19% para um total de 120 unidades.
A tipologia de oferta dominante assenta na disponibilização de lotes de terreno para implantação de empresas, a qual marca presença em 88 infraestruturas de acolhimento já existentes e em 10 infraestruturas programadas. Interessa assinalar, nesta matéria, que existem perspetivas de expansão da oferta de lotes de terrenos em mais de metade (48) das infraestruturas existentes, especto que é justificado pelo aumento registado nas respetivas taxas de ocupação.
Figura 1 - Infraestruturas de Acolhimento Empresarial por Tipologia de Oferta


Fonte: Câmaras Municipais
A ampla cobertura territorial fornecida pelo stock de infraestruturas em apreço (existente e programado) e a assinalável diversidade das suas características e condições específicas de utilização asseguram uma oferta capaz de fornecer resposta adequada às necessidades individuais de cada investidor.